domingo, 29 de julho de 2012

Saudade, saudade, saudade...
Que chega sem explicação
E entra pelos poros junto com a brisa da noite
E inunda as paredes de meu quarto com seu cheiro

Saudade do seu gosto de lingua
Da sua pele na minha
Do seu olhar no meu, cheio de sede
Saudade da sua boca cheia de palavras
Das suas mãos no meus cabelos
Do seu sorriso contagiando o meu

Mas será mesmo saudade?
Ou seriam apenas lembranças de um sonho que não acordou
E insiste em trazer consigo momentos de plenitude ?
Um sonho repleto de retratos de uma vida sonhada mas já tão esquecida?

Não sei, não sei, não sei...
Só sei que acordei com saudade
Saudade de "você que tanto tempo faz,
Você que eu não me lembro mais,
Você que um dia eu amei demais..."


Tempo, tempo...
Quantos fantasmas navegam por suas linhas invisíveis?
Quantas vontades se perdem em meio de ti?
Quantos sonhos ficam despedaçados por terem que te caminhar, por precisarem te respeitar?
Noites frias
Brilho de luar
Sonhos estrelares
Negros, frios olhares sem olhar
Deles o medo de endoidar...

Noites frias
Peles macias a rolar
Prazer no desprazer do não sentir
Caminhos curtos, desconexos
Aflorar, deflorar
Pétalas de flores
Amores ao vento, ao mar
Jamais amar...

Noites minhas (nunca nossas)
No sorriso, verdades
No gosto, amargos
No gesto, enganos
Nas mãos,  frieza
Nos olhos,  pouca certeza
No peito, solidão...

Noites nuas
Ruas vazias
Fantasmas trazem assombrados medos
Mania de perder...

Noites reluzentes
Lembrança remota do vinho
Paixão deixada no copo do velho "Arraial"
Penumbra ocultando razões
Sentidos ruindo aos poucos
No quimba que ainda queima...
Atos finais...

Noites findas
Poucas vindas
Chegadas em mudos momentos
Ilusões
Medo do sentimento
Louca razão que faz desistir...