domingo, 7 de agosto de 2011

Tudo o que move é sagrado
Quando o movimento é réplica fiel de um íntimo ainda não desvendado
Tudo o que o vento traz é fascínio
Quando a poeira revolta volta ao chão
E deita novamente serena e lúcida
Tudo o que se vive num sonho deixa de ser loucura
Quando a louca realidade vem à tona
Com a luz que chega suavemente pelo infinito
Todo o medo se torna pequeno
Diante da libertação do EU interior
Todo poder torna-se inútil
Diante da suprema força conjunta de pensamentos
Todo desprezo torna-se futilidade
Diante da satisfação pessoal
Fujo de você todas as noites
Em todos os momentos em que penso em não pensar
A todo segundo em que seus passos me cerceiam
Em todos os lugares que você não está

Me esquivo de seus olhos
Através de corpos semelhantes ao seu mistério
Através de amores ilusórios
Eu me esquivo...

Corro do medo
Da falta que seu carinho me faz
Corro da memória que me inunda de saudades
Do contato que insisto em não querer
Da verdade que seu olhar me diz
Do amor e ódio que se misturam
Eu fujo...

Fujo por medo do momento em que os sonhos se acabam
Por medo de não mais poder simular os fatos
Por negar o querer

Fujo por não saber onde começa ou onde termina
O espelho que lhe reflete em mim

Eu fujo por não haver traços ou lógica
Que expliquem esse furor que sinto

Fujo porque a fuga é mais sensata
E a distância torna tudo indolor
Embora nada consiga apagar...